04 outubro 2012

quinta-feira, outubro 04, 2012 - No comments

Violência

Eu não perdi nada... só ganhei medo... Mais uma vez eu fico com medo daquela região. Medo dos olhos alterados, de quem sabe que está fazendo errado, mas não se importa mais. Ou seria eu tentando ver culpa onde não há?

Tudo muito rapido e ao mesmo tempo muito devagar... Tento não lembrar seus rostos, nem desse casal nem dos outros dois caras. Não quero ser capaz de descreve-los... Mas sou.

Cinco anos de capoeira se tornaram tão uteis quanto os cinco anos de Ginastica Olimpica... ou os quatro intermitentes anos de natação... muita flexibilidade e nada a se fazer sob a ameaça da existencia de uma arma!

Lembro o caminho, inteiro, e até hoje evito a Praça Roosevelt. Até hoje me sinto culpada de falar rapido ao telefone e nunca deixo o carro com gasolina na reserva! Lembro do dia seguinte e da Thaís ( minha chefe na M ) dizendo que essa é uma ótima razão para não ir trabalhar, e me perguntando se eu queria ir embora. Eu não queria...

Ontem mesmo o professor falou que grades nas janelas surgiram nos últimos 40 anos. Agora elas dão choque e que no futuro elas matarão e vamos todos achar isso normal. A vida foi banalizada.

Eu achei a minha vida bem banalizada. Tudo por um celular e pelo dinheiro na minha carteira? 100 reais de cada um dos dois cartão que eu tinha comigo? Uma volta pela crackolandia em 2009... e a sensação de que estou sendo seguida em 2012.


Não gosto que tenham pena de mim. Pobre Talita, já viveu demais para a idade dela... Eu já tenho pena de mim. De mim, de todos que como eu já viveram tudo isso, e mais ainda, pena do futuro, que sem culpa nenhuma vai viver coisa pior.

Toda e qualquer violencia é uma a mais do que deveria ter acontecido. Mas não mudamos o passado, né? O que eu estou fazendo para mudar o futuro? nada também!


Mais e mais eu gostaria de ser um gato doméstico... desses que ficam confinados a um apartamento. O Leeloo... Ele nos morde e achamos graça... ele sempre pode contar com carinhos frequentes e muitos lugares para se esconder... comida balanceada e água fresca. Sem nunca ver os olhos alterados, nem nunca ter medo de fazer o que lhe parece natural fazer: como subir a rua para chegar no metrô ou ir para casa.



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