16 abril 2012

segunda-feira, abril 16, 2012 - ,,, 3 comments

Para uma amiga...

Faz um tempo eu postei algo para uma amiga que está na França... relacionando o que ela estava passando, com algo que eu já passei...
E hoje eu vi um post relativamente triste no blog de uma outra amiga... e eu, intrometida como sou, quero postar algo sobre isso...

Primeiro devo justificar o "relativamente"... sabe... quando acontece algo desse tipo (assalto, furto, sequestro relampago) todos nos dizem que deveríamos estar felizes por que nada de ruim nos aconteceu. Ok, válido. Mas não é por que "só" roubaram o celular que demorou anos para obter, em vez de terem te machucado, que não se possa, ou mesmo, deva ficar triste pelo que foi perdido. E por isso eu coloquei o "relativamente": eu fico feliz e aliviada que nada de ruim aconteceu com a minha amiga dessa vez, nem comigo em 2009, nem com a Fernanda quando ela teve o meu casaco furtado. Mas eu entendo como ela se sente quanto as coisas perdidas, ainda mais porque mais do que lamentar o laptop, ela lamentou presentes que havia ganhado com o tempo.

As perdas materiais, e mais importante da carga emocional que esses bens materiais possuem se mostram o problema: as vezes um casaco é só um casaco, um celular é só um celular, um conjuto de canetas é só canetas... Mas o fato é que para um certo tipo de pessoas (eu sou desse tipo) as coisas acumulam um valor sentimental. Devido a quem te deu o bem, ou como, quando essas coisas passam a valer bem mais do que o preço de venda, e deixa de ter um preço de reposição, uma vez que elas se tornan insubstituiveis.

Mas lamentar as lembranças perdidas não as trazem de volta... Se trouxessse eu NUNCA pararia de reclamar!!

O necessario agora é aceitar a perda e passar a criar novas lembranças. Isso vai demorar um certo tempo, e mesmo assim nunca vai substituir o casaco perdido, mas não há o que fazer... é isso ou ficar mais e mais triste... sem se chegar a uma solução.

Eu acabei de falar com essa minha amiga sobre uma parte dessa lembrança que eu não posso e nem pretendo substituir, mas posso ajudar a criar novas... Espero que ela goste... e perdoe o fato de só poder entregar em maio... =/

Amore, se voce quiser ouvir o meu conselho sobre isso: chora, fica triste, pensa em todas as coisas que você perdeu nesse incidente, lembra de como você as obteve, as pessoas envolvidas nessas coisas... se for o caso, volta a chorar... E depois levanta e vai atrás das coisas que é possível repor... (repare que eu não usei o imperativo, por que essa é apenas uma sugestão minha) ;)

Para qualquer coisa que precise: eu estou aqui, longe para caramba, mas sempre disposta a ouvir e tentar ajudar no que eu puder!

3 comentários:

Eu também sou dessas pessoas. Tenho milhões de chaveiros, que custaram pouco, mas se perco um fico como se uma parte de mim tivesse ido junto. É uma droga mesmo. As coisas tem histórias, não são só coisas. Dizem que a gente deveria se desapegar de objetos... mas é tão difícil. H(R)ita, você tem todo o direito de ficar tristinha. Isso, além de tudo, é uma violência, sabe? E deixa marcas. Outras coisas virão, e essas terão que ficar na memória, infelizmente. E a vida segue. O mundo não para porque estamos querendo que ele pare. Queria muito te dar um abração... Sinta-se abraçada, ok?

Não lembro agora de ter perdido alguma coisa com um valor sentimental tão grande assim, mas já perdi uma pessoa e comigo ficaram muitíssimas coisas que me lembram dela... Eu preferia ter perdido todas as coisas e que ela ficasse.
Coisas se perdem, são roubadas, estragam e até perdem o valor. O importante é ver nessa hora o valor das pessoas que continuam por perto, mesmo que longe.
Bela postagem Tali, vc é uma grande amiga.

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