19 fevereiro 2013

terça-feira, fevereiro 19, 2013 - No comments

Tempo


Muito sol me irrita... desses dias que voce fica molhado só por existir. E nenhuma brisa sequer se dá ao trabalho de passar. Não importa quão pouca roupa te cubra ainda é roupa demais.

Eu gosto mesmo de frio com sol... quando tá sol mas ainda assim é melhor ter uma jaqueta, quando deve-se ficar parado, olhando para o sol, para conseguir se aquecer um pouquinho...
Eu adoro isso.
Não gosto do frio, ele já me fez sangrar, meus dedos roxos, vomitei, senti o vento cortar em minha pele cortes inexistentes.

A neve é outra relaçao doentia de amor que eu tenho. A vi em flocos tão grandes. Eles flutuavam e dançavam para mim. A vi acumulada, tanta, até meu joelho, até acima de mim. Ela resfriava a cerveja e deixava a paisagem linda ao refletir o sol.

Adoro pisar na neve e ouvi o seu crec.

A primeira vez que vi neve caindo ela tocava o chao para morrer... ao tocar o chao ainda quente ela virava água, ela virava nada, assim como o meu amor virou passado. Nevava em Monte San Biaggio pela primeira vez desde o ano que eu nasci. E como o amor a neve não se acumulou.

Trovões me assustam. Como um gato velho e assustado eu procuro lugar a salvo nos braços de alguem. Irônico eu ser o Thor.

Granizo me faz perceber o quanto eu estou velha. Quase 20 anos atrás o pote para recolher pedras na floreira fazia barulho de pipoca e eu gostava de olhar, sentada, a salvo, no sofá. Enquanto minha avó me fazia carinho.

Quando eu era menor eu adorava quando chovia... Chuvas de verão em que se vê o sol enquanto chove. Chuvas no inverno que faziam anoitecer mais cedo. Chuvas que deixavam o intervalo ser dentro da sala de aula. Chuvas que meus bichos de pelucia tinham medo... mas eu não.

Uma chuva tão forte que ensopou meu longo cabelo de adolescente. Sem trovões, só a chuva incessante, forte como o chuveiro. Fomos pegas no meio do caminho. A calça pesava.

Agora, parece que se inverteu, em vez de a maturidade me trazer serenidade durante a tempestade. Eu simplesmente sinto o pavor da tormenta que eu tenho dentro de mim.

Eu odeio, sinto vontade de chorar, de gritar e morrer quando a luz acaba durante uma tempestade. O escuro, aquela [falta de] luminosidade que deixa tudo cinza, não há óculos que adiante, nem lavar o rosto... nem chorar... tudo cinza.

Cinza triste. Cinza adulto.

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